Deaf Forever é a nossa coluna mensal de metal, onde analisamos o melhor do doom, black, speed e todos os outros tipos de metal sob o sol.
A banda Khemmis de Denver está num ótimo momento agora. O terceiro disco deles, Desolation, é exatamente o que você espera ver no terceiro estágio de uma grande banda de metal: eles estabeleceram seu som, um doom melancólico com pitadas de metal clássico em Absolution, refinaram esse som em Hunted, e agora, estão prontos para conquistar o mundo. Os vocais de Phil Pendergast sempre foram o maior trunfo da banda, e aqui eles têm muito mais destaque, uma jogada sábia e estratégica. Mesmo enquanto seus vocais transmitem perda e tristeza, ele carrega uma atitude triunfante como se tivesse sido criado ouvindo Manowar e apenas Manowar. “Bloodletting” é sua performance mais confiante até agora, peito estufado e também calorosa. Em “Flesh to Nothing” ele dá tudo de si e alcança um plano celestial enquanto o resto da banda vai ao extremo. Desolation também dá mais credibilidade aos riffs atemporais estilo Lizzy-Priest que provocam um sentimento de elevação no meio da tristeza incessante. Eles sempre estiveram lá, mas em vez de atuar como um tempero para o doom, agora são uma força mais dominante. “Isolation” funde o galope do Maiden e aquela química especial de duas guitarras, revelando uma vitalidade que, por tão grande que seu outro material tenha sido, não foi liberada dessa maneira. É quase pegajoso na sua doçura pura, e também voa como se o peso das expectativas do doom tivesse sido levantado. Tobias Forge deve estar explodindo os telefones deles pedindo essa magia. (Se você quiser uma resenha do novo álbum do Ghost, que também saiu neste mês, aqui vai... bem, “Dance Macabre” é um hino. É tudo o que vou dizer.) “From Ruin” continua o caminho deles de encerrar cada álbum com grandes notas, tirando cada lágrima de Pendergast e o trabalho de guitarra de Ben Hutcherson. Como seus colegas de gravadora Spirit Adrift, eles trabalham dentro dos limites de sons bem conhecidos e descobrem que ainda há espaços para transformar em ouro de riffs. Desolation provavelmente será o disco que vai abrir portas para um público mais amplo, aquele que abraça a tradição e busca fundir isso com o doom atual. (O baterista principal Zach Coleman também faz uma cerveja artesanal matadora!)
No começo de 2018, eu não conhecia o trio de metalpunk de Austin, Skeleton. Agora, estou convencido de que eles são a próxima grande banda do Texas. Composto pelos irmãos Ziolkowski — o guitarrista David e o baterista/vocalista Victor — o Skeleton evoluiu de um punk um pouco fora de padrão para uma besta de riffs completa. Há muito a notar no último EP deles, Pyramid of Skull — há a carga primitiva do Bolt Thrower, há a batida cadenciada ao estilo Celtic Frost (UGH!), há o thrash influenciado tanto pelas lendas de Austin como Iron Age e Impalers quanto pelos grandes nomes que você geralmente menciona. “Dystroy” é a música mais infectada de d-beat, porque nenhum morador de Austin que se preze não é pelo menos um pouco influenciado pelo Discharge. “Killing/Locked Up” soa como Hellhammer (HEY!) pegando uma onda na praia, com slides de guitarra surfando nas ondas sangrentas. A questão é que há muito acontecendo, mas eles têm um controle claro de como querem arrebentar e detonar. E esses irmãos sabem como sintetizar! Quer sentir aquele orgulho texano sabendo sobre Power Trip antes de todo mundo, mesmo que você tenha se mudado para Austin da Califórnia semana passada? Então você precisa ficar por dentro de Skeleton agora.
Há alguns finais de semana, eu saí do meu caixão roxo de bebida e fui ao Austin Terror Fest, a versão texana do falecido Southwest Terror Fest. E embora eu tenha escolhido não ser um Bebedor de Heavy Metal, fiquei absorvido pela lista diversificada e atual do festival. Mais notavelmente, vi o Yob (que são meus favoritos para AOTY) irradiar beleza num bar suado, Bell Witch performar uma versão truncada de sua obra-prima Mirror Reaper, Krallice fazer a cabeça das pessoas com seu black metal avant-garde, e a banda de sludge mais suja de Ohio, Fistula. Outra grande banda para mim nesse fim de semana foi a banda de death metal de Toronto, Tomb Mold, que chegou apenas minutos antes de seu set começar. Isso não os impediu de fazer uma das apresentações mais impressionantes de um final de semana já cheio de ótimas performances. O segundo disco deles, Manor of Infinite Forms, é o primeiro como banda completa, com o guitarrista Payson Power e o baixista Steve Musgrave se juntando ao baterista/vocalista Max Klebanoff e ao guitarrista Derrick Vella, e é um dos lançamentos de death metal mais aguardados do ano. Às vezes, o Metal Twitter acerta. Quando se trata de sujeira, isso é nível de esgoto do Autopsy. Seu calor proporciona um calor desconfortável, como se você estivesse coberto no vômito laranja que adorna a capa. É isso que acontece quando você festeja com death metallers—The Thing aparece na festa! Klebanoff faz o seu melhor Chris Reifert, e especialmente no death metal, você tem que respeitar um baterista e cantor que manda bem nos dois fronts. Não é tudo batida primitiva — “Abysswalker” e “Blood Mirror” mostram sinais de progressão, e mesmo com os ruídos de slide na introdução acústica de “Two Worlds Become One”, ainda é uma grande referência ao lado mais vanguardista do death metal. Não ouvir Tomb Mold é na verdade uma das coisas mais retrógradas que você pode fazer.
Andy O’Connor heads SPIN’s monthly metal column, Blast Rites, and also has bylines in Pitchfork, Vice, Decibel, Texas Monthly and Bandcamp Daily, among others. He lives in Austin, Texas.
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