por Andy O'Connor
DEAF FOREVER é uma coluna mensal dedicada ao doom, black, dirge, power e todos os tipos de metal que você pode imaginar.
Nails – You Will Never Be One of Us (Nuclear Blast)
A lenda conta que o trio hardcore de Oxnard, CA, Nails, liderado pelo veterano Todd Jones, foi contratado pela Nuclear Blast só pela força de Max Cavalera usando calças de moletom do Nails no Best Buy. Nails não é música de calça de moletom; é o mais próximo que se pode chegar da navalha de Occam em forma musical. You Will Never Be One of Us é como se todas as músicas do Vulgar Display of Power do Pantera fossem “Fucking Hostile” tocadas duas vezes mais rápido. (A última música tem oito minutos e não é bem como “Hollow”, mas você entendeu a ideia.) O aríete do Nails, movido a HM-2, encontra um talento para hinos, e mais do que seus discos anteriores, este tem alguns hinos de verdade. Claro, tem a faixa-título – não é uma música de preconceito, é simplesmente dizendo para aqueles que não entendem e não captam a ideia para irem se ferrar, um empoderamento para os headbangers. “Life is a Death Sentence” passa de uma explosão incansável para uma batida hipnótica e mostra um pouco de alegria sob o rosnado permanente de Jones, enquanto você grita o título por dias a fio. One of Us é bruta e inflexível – esses são seus atributos centrais, não suas fraquezas.
Ghoulgotha – To Starve The Cross (Dark Descent)
Wayne Sarantopoulos formou tantas bandas que é mais fácil olhar na página dele no Metal Archives do que tentar listar todas aqui. Ghoulgotha é sua tentativa no death-doom do início do Cathedral, e com um toque de esquisitice, é um dos projetos mais notáveis dele. Eles pegaram a tocha do Hooded Menace da Finlândia, que tinha uma missão semelhante mas se perderam no caminho do tédio eterno. Em seu segundo esforço To Starve The Cross, Sarantopoulos adora pegar o que seria convencional, como os ritmos vagamente inspirados em Priest de “Abyssic Eyes” ou as melodias Swedeath espalhadas por toda parte, e agitá-los para reforçar o poder trôpego dessas músicas. “Pangea Reforms” soa metal pra caramba só com base no título, e com uma batida estilo Disma, você não pode deixar de pensar no planeta colidindo em si mesmo mais uma vez. Muitos pais do death metal (e pais no coração) desejam voltar aos velhos tempos – vamos levar isso até o fim e voltar à pré-civilização! Não é tudo retrocesso – os solos de “Damp Breeze of Sleeping Veins” soam desconexos, tocados com o espírito de um jovem No Wave que secretamente ama death metal. Se Sarantopoulos abandonasse a maioria de suas bandas para focar no Ghoulgotha, Cross provaria que ele está no caminho certo.
Jute Gyte – Purdurance (Jesimoth)
Poucos personificam o individualismo que caracteriza o USBM como Jute Gyte. Adam Kalmbach tem lançado constantemente alguns dos black metals mais desafiadores de qualquer lugar, utilizando guitarras microtonais. Ele também experimenta com música eletrônica sob o nome Jute Gyte, e Purdurance, seu primeiro lançamento de 2016, é um encontro desses dois lados. A faixa inicial “At the Limit of Fertile Land” é talvez a primeira música de black metal a incorporar 808s, uma fusão que você nunca pensaria, mas que você não consegue imaginar o cenário underground de hoje sem. Não só isso, há também acenos ao groove alienado de Meshuggah, e mesmo com essa pausa, a primeira metade de “Land” é mais densa que as discografias inteiras da maioria das bandas. Kalmbach também trabalha com múltiplos tempos simultâneos (suas palavras) aqui, fazendo com que já seja um dos black metals mais insanos por aí, criando sua própria órbita excêntrica. A passagem principal de “Like the Woodcutter Sawing His Hands” seria uma bela ambiência de guitarra se não estivesse em rota de colisão para se destruir. (Remix de Fennesz a caminho, esperamos?) Purdurance, combinado com a divisão entre Blut Aus Nord/Aevangelist (sobre a qual comentei aqui), junho foi um bom mês para perder a cabeça com black metal e nunca mais voltar.
Tollund Men – Autoerotik (Bleak Environment)
Imagine uma banda super cativante de synth-pop gótico, só que com uma produção de black metal totalmente sombria e necro. Essa é a dupla de Denver Tollund Men, que lançou uma série de fitas que fazem a ponte entre Darkthrone e Depeche Mode. Metal? Provavelmente não. Próximo do metal? Com certeza. Autoerotik saiu em abril, mas de alguma forma me escapou até agora. Estende sua dança lo-fi enegrecida para a duração de um álbum; as paredes de baixo zumbido e o gemido gótico sonâmbulo soam como Ian Curtis recriando “Isolation” repetidamente do além-túmulo. Quaisquer sintetizadores que não operam em baixa frequência soam distorcidos e moribundos, um chiclete musical que é irreconhecível mas o sabor ainda é tentador. Os ritmos operam em precisão militarista ou caos desordenado; o ritmo é rei, por mais pervertido que o façam. Há melodias sob todo o ruído e obscuridade que soam ainda mais doces uma vez que você as descobre. Não para soar como se você tivesse que trabalhar para gostar da música, mas Autoerotik é um álbum que recompensa o desfolhar das camadas para encontrar uma festa de dança esotérica que tanto os fanáticos quanto os básicos podem curtir.
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