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Guardian of the Rap: March’s Rap Music Reviewed*

On April 1, 2019

*Note: Four fire albums dropped right at deadline time. Raincheck me on ’em.

1.

Eu sei que ninguém desenha suas linhas no mesmo lugar na areia, quanto mais na mesma praia, mas como é que a gente vai desenhar a linha em cima da Cardi B drogando e roubando seus clientes quando assassinos dominam as paradas todo dia, b?

Além disso, como é que a gente vai comparar...

A miserável da Belcalis Almanzar tentando sobreviver à pobreza e fazendo coisas na rua pra conseguir isso

com...

O antigo rico Robert Kelly, o cara que tinha escravas sexuais em casa e mais de duas décadas de agressão e abuso sexual nas costas?

Eu sei que a Cardi já enfrentou a pressão em praça pública muitas vezes desde que ela rapidamente alcançou a hiper-visibilidade. Parte dessa pressão foi justificada: o lance da pânico trans, por exemplo, que claramente ressurgiu assim que essa comparação idiota com R. Kelly decidiu aparecer. A Cardi não está acima de críticas, não importa o que ela tenha sobrevivido, mas isso claramente não é o que está acontecendo aqui: como ela pode, a stripper autoproclamada com os peitos falsos, participar da mesma atividade bandida que garante a todos esses homens seus discos de platina e ouro? Quero dizer, os caras criaram uma HASHTAG INTEIRA — #SurvivingCardiB — como se ela tivesse CORPOS nas costas! Só vamos dar espaço nas nossas imaginações assassinas para os homens, né? Ou para as poucas mulheres que permitimos, mas apenas sob nosso controle e revogável assim que a narrativa se torna inconveniente demais para ser gerida?

Nunca conseguimos dialogar sobre homens que sobreviveram a abuso e assédio sexual sem ligar isso a alguma metáfora furada, e isso APARECE! Queremos os monstros até a humanidade voltar pra nos morder, e isso APARECE!

2.

Eu nunca imaginei que Lil Nas X, o cara da conta de meme, se tornaria um momento cultural. Talvez minha ingenuidade tenha falado mais alto, incomodando minha sensibilidade de beira de indústria. Eu pensei que havia deixado a surpresa pra lá, quanto mais eu fingia não acreditar em como toda essa engrenagem funciona. Mas, que pena, a Billboard não vai deixar o jovem ter os cavalos nas costas (da parada deles). “Old Town Road” começou a subir de Red Dead para território de mixshow, se infiltrando na parada Country da Billboard.

Aí os caras da Billboard disseram... nah.

O discurso geral do rap (que eu vejo) tá pistola com isso, mas não tão pistola quanto outros parecem achar que estamos. Tipo, a gente sabia do lance do Nas X desde o começo — eu sinceramente não sei se é vantagem ou não — ele emplacou a onda Black Yeehaw na receita do Meme Rap — e a gente sabia que a Billboard ia fazer o que faz antes mesmo de fazer o que fez. O rap é O MAIOR GÊNERO DO PLANETA e todo mundo pode chegar mesmo quando não ligam pra isso. Mas não deixem nenhum cara de meme rap tocar a parada country no momento que seu single tiver grande o suficiente pra chamar a atenção da Billboard. Certo, valeu, entendi.

Eu continuo aqui pra toda a mágica e a reivindicação da Black Yeehaw não importa quem está no chart. Os caras voltaram e estamos vindo pra pegar nossas guitarras E nosso gado. Enquanto isso, eu tô triste porque eu não sabia que Nas X assinou e recebeu esse empurrão da gravadora junto com a melhor controvérsia que ele nunca poderia pagar. Não sei por quê, mas achei que ele fez tudo do zero e ficou com todos esses royalties. Eu realmente não acho que ele copiou o Lil Tracy, mas não consigo não pensar que Tracy ainda merece... melhor.

Notas Rápidas

  • Us tá muito bom e se você acha que é uma decepção, você tá tweakin’.
  • Apoie Mulheres Negras por sua Música e Não Só Porque Você Quer Transar Com Elas. (Eu vi como vocês tratam a Megan Thee Stallion... Não sei se vocês estão curtindo as músicas dela ou só repostando os clipes...)
  • Lil Uzi Vert não é um rapper que murcha a fala, e eu não sei de onde vocês tiraram isso. Enfim, #FreeUzi e é isso PERÍODO!
  • Eu não sei quando a narrativa mudou de “Chance the Rapper tem lançado coisas medianas ultimamente” para “Chance the Rapper é lixo”, mas estão exagerando. (Ele não tem álbuns ruins. Vocês esqueceram que “Acid Rap” aconteceu tão rápido?)
  • Podemos pagar um pré-adolescente branco para botar nosso negócio pra frente. Quem tem as reparações pra eu poder falar com o pequeno Seth? Meu novo som tá demais. (Isso é o equivalente semi-jornalístico de deixar um link embaixo do tweet viral.)

Opiniões Rápidas

Solange: When I Get Home

Não só isso é uma sequência incrível de ASATT, mas é drasticamente diferente na execução enquanto mantém uma intencionalidade similar na ética de Solange. Ela trabalha para se emoldurar em um legado, iluminar o nosso e penetrar no próprio tecido do que ameaça apagar toda a nossa luz. Eu ainda não tenho certeza do que é a mensagem, e esse é o maior elogio que posso fazer a ela. É uma vibe de mixtape, com um pouco de Screw no DNA, e todas as suas partes móveis são entendidas por quem sabe. Nada de exagerar na vibe, nada de clichês nas danceterias. (Não explique o conceito de CP Time pro seu amigo branco.) Essa parada lançou na véspera da temporada de festas e eu vou precisar disso no famoso Cookout. É maravilhoso ver Standing on the Corner sendo reconhecido por seus esforços, e é ainda mais doido ouvir Carti falando Cartinese na mesma sintonia que uma irmã Knowles. E a participação do Guwop? O disco todo vive em uma surrealidade muito parecida com a nossa, tingida de caramelo enquanto a porta do Cadillac se fecha atrás de seu corpo.

DaBaby: Baby on Baby

Yup: DaBaby pode se tornar O RAPPER este ano se continuar nesse ritmo alucinado. Sua primeira liberação adequada pela Interscope só reforça o ponto; não há necessidade de empurrar a barra quando o pacote tá na mala, já FUI! Falando nisso, não consigo nomear nenhum outro rapper que me encantou a ponto de desejar emular Suge Knight. Espero nunca mais me sentir assim, tirando o acúmulo capitalista. Baby on Baby é um “o que você vê, o que você ganha” de meia hora: depravação cômica, entrega contagiante e uma ansiedade inabalável que faz ele rimar antes mesmo da batida começar. Não será difícil encontrar um favorito ou quatro, especialmente quando ele voltará com quatro mais em um tempo que parece um milissegundo.

Little Simz: GREY Area

Leia o AOTW aqui, não durma nesse disco ou nela em geral.

Maxo: LIL BIG MAN

De um jeito que parecia do nada — e de alguma forma via Def Jam? — Maxo surgiu das dobras de um renascimento nascido no Bandcamp com um dos ouvidos mais prazerosos e incisivos do ano até agora. LIL BIG MAN pode ter caído da órbita, mas é um passeio gentil pela mente pensativa de um jovem tentando conseguir as coisas. As reflexões de vida do Maxo envolvem o ouvinte em calor como telegramas de parentes distantes, situadas em uma batida que pousa em algum lugar entre a cena do beat de L.A., Native Tongues, e a igreja do falecido J Dilla. É como se ele estivesse rimando sobre fósseis ocos de soul, os tremores de seu ser negro ocupando os novos espaços. E bar por bar, Maxo rima como se fosse um de nós: reflexivo, despretensioso e nostálgico sem ceder a uma réplica das sensibilidades que o formaram. É uma verdadeira delícia, e esperamos que seja um bom prenúncio de uma nova onda chegando.

Eto & DJ Muggs: Hells Roof

Nah, cara, essa parada AQUI? Vocês tão falando da minha fraqueza óbvia pelo rap de rua revitalista da Costa Leste que veio à tona nos últimos três anos? Bom, Eto e Muggs fizeram uma parada que soa como seu nome e parece com sua capa. Sério, Hells Roof se personifica: um disco compacto com uma vida inteira de terror escondida no concreto. As escolhas de Muggs oscilam entre um grime discreto e um grandioso, tirando notas do blues e soul do passado para amenizar a maneira como Eto faz suas observações diretas como socos no estômago. A brevidade dele é marcante, permitindo que ele transmita uma imagética tão envolvente sem a verbosidade de muitos de seus contemporâneos. Ele passa pela quebrada de forma ágil, seu tom cortante como uma lâmina escondida entre as grades. Venha aqui pra essa parada noir, esse rap potente.

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Michael Penn II

Michael Penn II (também conhecido como CRASHprez) é um rapper e ex-redator da VMP. Ele é conhecido por sua agilidade no Twitter.

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